A grande vantagem do uso dos relés é que permite controlar circuitos de grande consumo, que exigem uma grande potência, através de sinais fracos, porque enquanto os platinados do relé podem suportar grandes correntes, o circuito de comando exige um sinal muito fraco.
Uma das aplicações mais vulgares nos clássicos é na modificação das lâmpadas dos faróis dianteiros para a versão de halogéneo, mais potentes e muito mais eficazes que as antigas. Mas a potência extra destas lâmpadas sobrecarregaria o comando das luzes do carro, já de si velhinho e desenhado para uma corrente inferior.
Assim, a solução é integrar um relé no circuito. O comando das luzes passa a ligar apenas o relé, com um sinal bastante mais fraco, logo perfeitamente seguro para o comando, e o relé encarrega-se de enviar o "sumo" mais concentrado para os faróis.
Aqui vemos um esquema simplificado de como a instalação ficaria:

Como podem ver, a corrente para os faróis passa a vir directamente da bateria (convém utilizar uns fusíveis na linha para protecção), enquanto os platinados do comando de luzes passam agora a alimentar apenas o pequeno relé. Os relés a usar nesta situação seriam relés simples, normalmente desligados, de 12 V.
Estas designações todas pretendem esclarecer que existe uma grande diversidade de relés disponíveis. A maioria são interruptores simples, e normalmente desligados. Isto quer dizer que quando o relé não recebe corrente no circuito de comando, não passa corrente no circuito comandado. São os utilizados no esquema acima, e na maioria dos controles comuns. Outro exemplo de onde são muito utilizados é no comando das ventoínhas eléctricas dos radiadores, porque o interruptor termostático tem pouca capacidade de condução e assim o relé encarrega-se da "carga pesada".
O relé normalmente ligado (ao contrário, está ligado e quando recebe corrente desliga) encontra-se normalmente nalgumas instalações para por exemplo assinalar a existência de corrente gerada (quando o alternador produz carga, o relé corta a corrente para o circuito da luz de aviso de falta de carga).
Outros relés usuais nos automóveis são os relés de pisca (vulgarmente designados de intermitentes) e os temporizados que comandam as resistências de pré-aquecimento nos motores diesel.
Existe ainda outro tipo de relé relativamente comum que comuta a corrente entre duas saídas diferentes. Um exemplo de como isto pode ser útil para nós posso dar na primeira pessoa, pois instalei um no meu Spider para controlar a bomba de gasolina eléctrica.
Basicamente, o que eu receava era que a bomba pudesse continuar a deitar gasolina numa situação anormal (tubo cortado, acidente, etc), por isso queria ter um controlo de segurança. O que fiz foi simplesmente utilizar um relé de comutação controlado pelo circuito da luz avisadora da pressão de óleo.
O circuito principal passou então a funcionar apenas quando o motor tem pressão de óleo, e quando não tem alimenta um interruptor de pressão que me permite atestar o carburador quando o carro esteve parado algum tempo e a gasolina da cuba evapora. Assim a bomba só trabalha directamente com o motor em funcionamento, mas se precisar de um toquezinho antes de o motor pegar, posso fazê-lo fácil e convenientemente.
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